Pesquisa MDA, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta terça-feira (30) mostra uma variação positiva de Lula (PT), que chega a 48,6% dos votos válidos. O petista oscilou um ponto para mais desde a última pesquisa do instituto, divulgada em maio, e chegou a 42,3% do total de votos.
Jair Bolsonaro (PL) oscilou dois pontos para mais e tem 34,1% - 39,2% dos válidos. Ciro Gomes (PDT) vem em seguida, mantendo a faixa dos 7% da pesquisa anterior. Simone Tebet (MDB) tem 2,1%. Os demais candidatos somados atingem 1,1% das intenções de votos. Brancos e nulos são 5% e indecisos 7,8%.
Na pesquisa espontânea, quando não são mostrados os nomes dos candidatos, Lula subiu 4 pontos, de 33% para 37%. Bolsonaro foi de 27% para 32%, enquanto os outros candidatos oscilaram um ponto para menos, sendo citados por apenas 6% dos entrevistados. Brancos e nulos são 5% e indecisos 20% nessa modalidade.
"Na espontânea, Lula e Jair Bolsonaro alcançam 69% das citações, 36 pontos percentuais a mais do que os dois melhores colocados na pesquisa eleitoral do mesmo período em 2018, evidenciando a alta polarização entre os candidatos", diz Marcelo Souza, diretor Instituto MDA.
Os dois candidatos são os que mais concentram eleitores que dizem que a escolha é definitiva: 85,3% dos que votam em Bolsonaro e 83,9% entre aqueles que votam em Lula. Já no eleitorado de Ciro, 53,4% dizem que podem mudar. Entre os que declaram voto em Simone Tebet, esse índice chega a 55,8%.
Segundo turno
Lula segue vencendo todas as simulações de segundo turno. Contra Bolsonaro, a vitória é de 50,1% contra 38,8% - era 51% a 37% em maio.
Com Ciro como adversário, o petista vence por 46,8% a 29,9%. Contra Simone Tebet o placar é de 49,7% contra 24,9%.
Já Bolsonaro vence a emedebista por 41,6% a 35%, mas perde para o pedetista por 44,1% contra 39,8%.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores de forma presencial entre os dias 25 e 28 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos e o nível de confiança de 95%. O registro no TSE é BR 00950/2022.
Expandindo a sua campanha na Grande Ilha, o candidato a Deputado Estadual, Mávio Rocha (PCdoB) concluiu uma semana intensa de atividades na Grande Ilha.
A rota foi iniciada na Vila Palmeira em reunião com a líder comunitária Rosy e demais moradores do local. “Tive a oportunidade de ser apresentado enquanto candidato e de relatar parte das minhas propostas para o nosso Maranhão. Também destaquei meu posicionamento com relação à temas de cunho político e social”. Disse Mávio.
Mávio também esteve no Sacavém, sendo recepcionado pela líder comunitária, Aparecida e o presidente da Associação Comunitária do bairro, professor João definindo os investimentos que levarão para o bairro após a realização dos objetivos políticos.
São José de Ribamar
No Alto do Turu esteve com o líder comunitário e suplente de vereador, Saturnino Neto. Por lá apresentou sua trajetória na vida pública e o seu trabalho à frente da Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão e formas de beneficiar a Associação de Moradores do local.
Paço do Lumiar
Entre as agendas deste final de semana esteve em reunião no povoado Mojó em Paço do Lumiar na companhia da vereadora Alexsandra e o líder comunitário Djalma. Em segunda visita no município esteve com o Deputado Federal, candidato à reeleição Zé Carlos, vereadora Alexsandra Garcia e presidente da Associação dos Pequenos produtores rurais, Josimar que declarou sua satisfação ao saber que a sua comunidade está sendo lembrada.
A secretaria do Trabalho e Economia Solidária, Lília Raquel também esteve na reunião. Durante o debate foi destacado os benefícios já levados para a comunidade dentre eles um tratar agrícola através de emenda parlamentar, kits de irrigação e motores de rabeta através da atuação de Mávio Rocha na Secretaria de Agricultura Familiar (SAF).
A Confederação das Santas Casas de Misericórdia divulgou nesta quarta-feira (24) um levantamento realizado em parceria com outras quatro entidades da saúde privada, com a premissa de avaliar o impacto financeiro do piso salarial da enfermagem aprovado pelo Congresso Nacional no setor. A consulta, que premedita um cenário catastrófico nos atendimentos, foi apontada como desonesta pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que enxerga a pesquisa como uma estratégia de lobby para atender um interesse financeiro das redes hospitalares.
A pesquisa foi realizada em cima da consulta a 2511 unidades médicas, incluindo hospitais privados, hospitais filantrópicos, santas casas, clínicas especializadas e serviços de diagnósticos. Do total, 65% são organizações com fins lucrativos. De acordo com a Confederação das Santas Casas, a forma como o piso da enfermagem foi aprovado pode resultar na perda de 83 mil postos de emprego e o fechamento de 20 mil leitos.
A publicação foi vista com repulsa pela categoria. “Essa tese não se sustenta em relação ao setor privado. Não tem sustentação a tese de que o setor privado com fins lucrativos não tem condições de pagar o piso, esse segmento foi justamente o que mais lucrou na pandemia. Um levantamento da Forbes chegou a mostrar que os hospitais privados faturaram acima de 20% em relação aos anos anteriores”, explicou Daniel Menezes, conselheiro e porta-voz do Cofen.
Já no lado filantrópico, a pressão pela rejeição do piso da enfermagem foi uma constante ao longo de toda a tramitação, com o setor afirmando não ter condições de arcar com o piso. “A gente compreende que essas instituições enfrentam uma situação financeira mais complicada, mas essa situação financeira já vem de muito tempo. Sou profissional de enfermagem há 19 anos, e há 19 anos eu ouço que as santas casas precisam melhorar seu financiamento ou vão fechar”, conta o conselheiro.
De acordo com Menezes, a campanha da saúde privada para desacreditar o piso salarial da enfermagem é um desrespeito com esses profissionais. “É muito cruel e muito injusto creditar a enfermagem uma possível repercussão negativa no serviço de saúde. Inclusive, são os profissionais que fazem esse serviço acontecer, que ajudam a dar lucro nas empresas privadas e fazem os serviços filantrópicos funcionarem”, declarou.
O porta-voz do Cofen aponta para o fato da pesquisa ter sido feita com base em consultas aos hospitais interessados e não em uma base de dados estatísticos e com análise de economistas. Na sua avaliação, trata-se de uma tentativa das entidades de criar oposição ao piso na opinião pública, uma vez que já sofreram uma derrota no poder legislativo.
LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.
Em um espaço de tempo de dez dias, Bolsonaro e o bolsonarismo viram seu sonho golpista virar fumaça, especialmente quando vinculado às comemorações do 7 de Setembro, simbólica data pátria do bicentenário da nossa independência, que eles tentavam sequestrar para criar uma situação de ruptura política ainda mais profunda. Com a realização do ato organizado pela Faculdade de Direito da USP para a leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras” no dia 11 de Agosto, que mobilizou uma multidão dentro e fora da sede daquela faculdade no Centro de São Paulo, passando pela humilhante e vexatória situação do presidente da república protagonizada pelo ministro Alexandre de Moraes na sua posse para a presidência do TSE culminando com o cancelamento do “desfile militar” em Copacabana no dia da independência. Os sonhos de uma aventura golpista escorreram pelos dedos feito água fervente.
Acuado, principalmente após o verdadeiro “tapa com luva de box”, recebido ao vivo e a cores na posse no TSE, bem na frente de Lula e Dilma, dentre outras figuras de grande peso da política brasileira, um constrangimento sem tamanho e raramente visto na história brasileira, resta ao presidente e seu núcleo mais direto de seguidores disputar a eleição nos termos da legislação vigente. Não significa que estamos livres de novas retóricas golpistas, mas serão apenas isso mesmo, ou seja, um resto de falatório vazio sobre as urnas eletrônicas e fanfarronices clássicas.
Há contudo algo que me preocupa muito e requer da nossa parte, do campo político que se articula em torno da liderança do presidente Lula, e em especial às candidaturas dos (as) comunistas um grande cuidado: a existência de uma multidão de “lobos solitários” desgarrados de qualquer comando político mas vinculados ao discurso de Bolsonaro, especialmente aquele de sentido “moral”, viciados na retórica anticomunista, antipetista e do “cristianismo de fachada”, como bem classificou o Papa Francisco ao tratar sobre esse tipo de gente. Ao longo da história, da mais recente à mais remota, os “lobos solitários”, radicais embrutecidos por uma retórica tosca, ideologizada e desprovida de racionalidade, já causaram enormes estragos nas disputas políticas. Guerras foram iniciadas por conta da ação desse tipo de pessoa. É claro que guerras, golpes, rebeliões, revoluções, não acontecem em função de um ato isolado. Mas os atos isolados podem ser deflagradores de grandes conflitos, algo como “colocar fogo no estopim do barril de pólvora”.
É necessária máxima atenção às provocações que podem – e vão! – ocorrer nas atividades de campanha e evitar entrar nelas. É fundamental ter “cabeça fria” e “coração quente”, como nos ensina o fantástico técnico do Palmeiras, o gajo Abel Ferreira. Temos tudo para ganhar a eleição presidencial de modo inquestionável. Podemos vencer em estados chaves da federação. Podemos ter uma bancada progressista mais alentada no Congresso Nacional e o nosso PCdoB pode sair desse processo mais fortalecido, com uma maior representação parlamentar e com a ocupação de importantes espaços de poder, superando os últimos processos eleitorais realizados em um ambiente profundamente negativo para as nossas ideias.
É preciso foco no diálogo com o povo, com o eleitorado, levar nossas propostas, ampliar nossos apoios políticos e de massas, conscientizar quem ainda está em dúvida sobre os (as) melhores (as) candidatos (as) para os cargos em disputa, consolidar o que temos e buscar a cada dia levar a campanha mais longe, com abnegado espírito militante. É por causa de tudo isso que, insisto, precisamos redobrar a atenção para impedir que tresloucados que andam por aí (e andam!), cometam atos que possam levar a conflagrações que possibilitem a Bolsonaro retomar seu intento golpista.
Para quem a essa altura do torneio acha que estou vendo fantasmas, cito apenas três ações isoladas que resultaram em impactos históricos intenso: em 1914, o assassinato do arquiduque, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do império Austro-Húngaro, na cidade de Sarajevo, colocou para funcionar as engrenagens das máquinas da guerra imperialista e o mundo entrou militarmente na 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Aqui no Brasil, em julho de 1930, o assassinato de João Pessoa, então presidente do estado da Paraíba, deflagrou a “Revolução de 30”, uma vez que Pessoa havia sido candidato a vice de Getúlio Vargas, derrotado na eleição de março daquele ano. A morte de João Pessoa foi tomada como um atentado político às forças getulistas, desencadeando uma onda de protestos que resultou na revolução. E segue viva entre nós a consequência nefasta aquela facada de 2018. Os exemplos são muitos e poderia ficar aqui um bom tempo descrevendo-os. Mas acredito que deu para entender!
*Altair Freitas
Historiador, Membro do Comitê Central, diretor da Escola Nacional João Amazonas , secretário de organização do PCdoB da cidade de São Paulo
Iniciando a primeira semana de campanha para conquistar uma vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa (ALEMA), Mávio Rocha deu o ponta-pé inicial na capital e também visitou várias cidades do Médio Mearim, região que tem trabalho fortemente reconhecido pela população.
Plenária com apoiadores em São Luís
O primeiro ato da sua campanha foi realizado em São Luís, em plenária realizada com apoiadores da capital e membros do partido PCdoB.
O líder sindical Júlio Guterrez declarou. "Mávio tem sido bastante leal a todos nós, e possui a identidade do nosso partido. Temos as nossas propostas e ele representa todos os nossos ideias de justiça social e bem-estar para o povo. A presença dele no parlamento é muito importante para todos".
O ex-secretário de Direitos Humanos, Eurico Fernandes destacou a importância do voto nessas eleições e o quanto que é fundamental apoiar a candidatura de Mávio Rocha. "Sabemos que o efeito do voto é coletivo, e precisamos escolher nossos representantes. Acreditamos nas propostas do Mávio e temos compromisso com ele, pois se trata do candidato a deputado com os ideais mais justos nessa eleição".
Com o apoio de integrantes do partido, lideranças e amigos, Mávio também prestigiou o adesivaço do 65555. “Foi mais um ato na nossa capital concluído com união e aquela energia que a turma do 65555 já conhece. Grato a todos que estiveram aqui e levarão nosso nome pelas ruas da cidade", disse o candidato.
Médio Mearim
Mantendo um bom relacionamento com lideranças do Médio Mearim, Mávio Rocha esteve no último final de semana nos municípios de Bacabal e São Mateus.
Em visitas no corpo a corpo, Mávio conversou com moradores, apresentou suas propostas e conquistou mais apoiadores.
Em Bacabal esteve acompanhado do líder ambiental e secretário geral do PCdoB, Antônio Ferreirinha, sendo apresentado como candidato para diversas famílias do bairro Trizidela e outros locais. Por lá também conversou com o vice-presidente do PCdoB, professor Luiz Gonzaga.
Já no município de São Mateus esteve com o presidente do PCdoB, Benedito Silva, que também está engajado na campanha realizando articulações políticas e estratégias eleitorais que levarão seu nome para comunidades locais.
Realizado nos dias 22, 23 e 24 de julho de 2022, o Cine Teatro Henfil, em Maricá-RJ, o 7º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais reuniu comunicadores, midiativistas, jornalistas e militantes de 20 estados do país a fim de discutir experiências, estratégias e ideias para derrotar o fascismo, retomar um projeto democrático e popular para o país, além, claro de elencar tarefas para o próximo período da luta pela democratização da comunicação.Felipe Bianchi I Barão de ItararéFotos: Elineudo Meira (Chokito)
Segundo o documento, o país e o ambiente das comunicações é extremamente hostil se comparado ao cenário de quando foi realizado o primeiro BlogProg, em 2010. O otimismo daquele período deu lugar a ameaças abertas de autoritarismo, com direito à escalada nos ataques e agressões a jornalistas, comunicadores, militantes e ativistas.
A íntegra da Carta de Maricá, aprovada por unanimidade ao fim do Encontro, pode ser lida ao fim desta matéria.
Homenagens marcam a abertura do #7BlogProg
A noite da sexta-feira (22), que inaugurou a programação do Encontro, foi marcada por belíssimas homenagens a figuras muito próximas do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e do movimento dos chamados ‘blogueiros sujos’.
Co-fundador do Barão, o jornalista Paulo Henrique Amorim teve um vídeo exibido com seus ‘melhores momentos’ em atividades organizada pelo Barão. Sua companheira Geórgia Pinheiro fez um discurso bastante emotivo em memória do jornalista e de sua ligação com o BlogProg.
Coordenador do núcleo do Barão de Itararé no Vale do Paraíba, em São Paulo, o jornalista Antonio Barbosa Filho também contou com homenagens em vídeo, apresentadas pelo seu filho, Kado Moura.
Alexandre Teixeira, do núcleo do Barão de Itararé no Rio de Janeiro, e Marielle Franco, cujo assassinato completou quatro anos recentemente, também receberam tributo. Enquanto a histórica liderança negra e feminista foi representada por seu pai, Antônio Francisco da Silva Neto, Alexandre Teixeira contou com homenagem de Henrique Pizzolatto, responsável por apresentar também a campanha Lawfare Nunca Mais.
Civilização ou barbárie: a batalha eleitoral de 2022
No campo dos debates, o #7BlogProg contou com uma escalação bastante diversa e representativa para discutir o caráter plebiscitário das eleições de outubro no país e, claro, caminhos e ferramentas para que o campo progressista derrote o obscurantismo nas urnas, nas redes e nas ruas.
A primeira mesa de discussão contou com a participação da jornalista Hildegard Angel, da ativista indígena Txai Suruí e do coordenador do MST, Gilmar Mauro. Confira como foi o bate-papo:
Já no sábado (23), os cerca de 150 participantes puderam conferir um empolgante - e polêmico - debate com as presenças do YouTuber responsável pelo Tempero Drago, Guilherme Terreri (Rita Von Hunty); a linguista Letícia Sallorenzo; a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) Maria José Braga; e o presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Octávio Costa.
Para complementar as discussões, a coordenadora do Barão de Itararé, Renata Mielli, recebeu o sociólogo, professor e autor do podcast Tecnopolítica Sérgio Amadeu da Silveira, além da presidenta do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Beth Costa, e do professor Marcos Dantas.
Reveja os debates:
Lançamento de livros agitam o público
Um dos pontos altos do Encontro, o lançamento de livros com presenças de seus autores gerou filas para fotos e dedicatórias no auditório do Cine Teatro Henfil. Confira os títulos lançados e os autores presentes:Como derrotar o fascismo (em eleições e sempre), com Renato Rovai e Sérgio Amadeu
De Lula a Bolsonaro - Combates na Internet: uma década de luta política no Brasil, com Rodrigo Vianna
Novos rumos da Comunicação Comunitária no Brasil, organizado por André Fernandes
Jornal Nacional - Um projeto de poder: a narrativa que legitimou a desconstrução da democracia brasileira, de Eliara Santana
Internacionalismo em pauta
No domingo de encerramento do #7BlogProg, antes da aprovação da Carta de Maricá, ainda houve tempo para intervenções sobre o movimento de solidariedade à Cuba, o trabalho da agência ComunicaSul na cobertura das eleições colombianas de 2022 e o movimento internacional de solidariedade ao jornalista Julian Assange.
Também aconteceu a exibição do documentário Não foi acidente, mataram meu pai, de Jana Sá, com a presença da realizadora do documentário e jornalista da Agência Saiba Mais.
A seguir, a reprodução da íntegra da Carta de Maricá, publicada oficialmente no dia 4 de agosto de 2022.
CARTA DE MARICÁ
O Brasil e o ambiente das Comunicações no país mudaram completamente desde nosso primeiro Encontro, no já distante ano de 2010.
Quando pela primeira vez reunimos ativistas e blogueiros progressistas em São Paulo, o país vivia um momento de otimismo: com pleno emprego, redução de desigualdades e construção de um projeto nacional autônomo.
No entanto, ainda persistia uma incompreensão sobre o papel estratégico da comunicação para a consolidação desse novo projeto de país. Apesar da realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009, transformar suas resoluções em políticas públicas, para ampliar a diversidade na comunicação brasileira foi um dos desafios mais difíceis para o projeto progressista, e não logrou êxito.
Criamos esse movimento para organizar ativistas que, espontaneamente, nos blogs/sites e nas redes já se contrapunham ao avanço golpista da velha mídia familiar brasileira. Naquele momento, pensar no ambiente das Comunicações era pensar em formas políticas, editoriais e legais de estabelecer contrapontos à radiodifusão monopolista.
Doze anos depois, o Brasil saiu do otimismo para o desmonte e a ameaça abertamente autoritária. Passamos a conviver cotidianamente com ataques – agressão, violência e morte – contra jornalistas, comunicadores, ativistas, sindicalistas, políticos do campo da esquerda e outras lideranças sociais.
Os meios de comunicação hegemônicos constituídos pelos oligopólio familiar - que teve papel central no avanço da Lava-Jato, no golpe de 2016 e na ascensão do fascismo - estão hoje sob ataque do bolsonarismo.
As poucas conquistas no campo da comunicação, como a EBC - Empresa Brasil de Comunicação, foram desidratadas. As grandes plataformas digitais internacionais ocupam cada vez mais importância como fonte de informação para a sociedade, concentram recursos de anúncios e publicidade e ameaçam a sobrevivência dos grupos nacionais de mídia.
No campo progressista, blogueir@s já não são a única força dominante, dividindo espaço com sites e canais que se organizam como empresas de comunicação, e com ativistas que atuam de forma independente nas redes, produzindo vídeos/textos mesmo sem contar com blogs formalmente estabelecidos. Comunicadores e veículos progressistas sofrem com as tentativas de silenciamento – jurídico, político e econômico. Mas resistem bravamente.
É nesse novo contexto que voltamos a nos encontrar, na bela cidade de Maricá-RJ, após um duro período de isolamento físico e pandemia, em que perdemos tanta gente querida.
Maricá fornece um exemplo de resistência e criatividade na superação dos desafios. A cidade pode servir de inspiração para blogueir@s e ativistas digitais que, aqui reunidos, aprovam as seguintes resoluções, ao concluir a sétima edição de seu Encontro Nacional. A tarefa número um de nosso movimento é somar esforços com a frente democrática para derrotar o autoritarismo e impedir a reeleição do capitão bandido e do governo de generais corruptos que ele preside. Reafirmamos que a única forma de recuperar a democracia e um projeto de Desenvolvimento Nacional é eleger Lula, se possível no primeiro turno, construindo ainda uma grande bancada de deputados e senadores dos partidos progressistas, com alianças amplas também ao centro. Manifestamos nosso apoio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nossa confiança no sistema eleitoral brasileiro. Vamos utilizar nossa rede de contatos fora do Brasil para denunciar, junto à comunidade internacional, o golpismo do chefe do Poder Executivo, que tem a cumplicidade de militares de alta patente, de empresários e de setores parlamentares nesse intento golpista. Alertamos para o risco de o golpe acontecer antes mesmo antes da eleição e para a necessidade de derrotar a extrema-direita nas redes e, especialmente, tomando de volta as ruas. A comunicação deve ocupar papel central no projeto político de um novo governo progressista. A ascensão do fascismo foi catalisada pelos meios de comunicação e pelo uso das redes sociais: a agenda econômica neoliberal, privatista e de retirada de direitos se consagrou também pelo discurso único disseminado por esses meios.
Para restabelecer valores democráticos e conquistar o apoio da sociedade para reverter o desmonte neoliberal, será fundamental construir um novo ecossistema de comunicação, o que passa pelas seguintes ações estruturantes:
a) realizar a 2ª Conferência Nacional de Comunicação de comissão tripartite, para reunir a sociedade em torno do debate de uma agenda democrática para o setor;
b) enfrentar a discussão de um novo marco legal para as comunicações no Brasil, com vistas a regulamentar o Capítulo da Comunicação Social da Constituição de 1988 e modernizar a legislação à luz dos desafios contemporâneos da convergência digital;
c) aprovar uma legislação que coloque freios nas ações das grandes plataformas digitais de internet, estabelecendo obrigações de transparência sobre suas atividades no país, valorizando a produção de conteúdo nacional e criando limites para que as corporações internacionais se submetam às leis brasileiras;
d) adotar políticas públicas para garantir a universalização do acesso à internet para todos e todas, reconhecendo esse acesso como um direito fundamental;
e) reconstruir o campo público de comunicação, a partir da retomada do projeto da EBC - Empresa Brasil de Comunicação;
f) Criação de uma Rede de TVs e Rádios Educativas, que estão sob comando de governadores progressistas e podem se conectar por satélite, somada à TVT, que também é de sinal aberto, aos quais se somariam as 106 tvs Comunitárias (ABCCOM) e as milhares de rádios comunitárias (Abraço Nacional), além dos blogs
g) elaborar uma política de Estado para distribuição de recursos públicos (verbas de publicidade, entre outras formas) aos meios de comunicação, que contemple critérios como diversidade, pluralidade, regionalidade e fomento a novos veículos (mídia alternativa); Nesse sentido, criar uma entidade representativa em nível nacional, com representações estaduais, da Mídia Alternativa e Popular, para negociar com os órgãos da União, dos Estados e dos Municípios a destinação de um percentual mínimo de 10% de suas respectivas verbas publicitárias para os blogs, sites, web tvs e web rádios que integram essa mídia. Para tanto, uma comissão deve ser escolhida no 7o Encontro, se possível com representantes de todos os estados, para encaminhar os preparativos visando a criação dessa entidade, elaboração de regimento e outros procedimentos.
Elaborar uma proposta de projeto de Lei, tanto para o Congresso Nacional quanto para as Assembleias Legislativas, para regulamentar a destinação de 10% das verbas publicitárias para a mídia alternativa e popular. Formar uma comissão responsável pela elaboração dessa proposta.
h) trabalhar de forma transversal e integral, nas políticas de comunicação, para enfrentar o racismo estrutural, a misoginia, a transfobia e toda forma de opressão e preconceito, num esforço para fortalecer as políticas de Direitos Humanos.
i) Adotar como política pública na formação continuada de professores o desenvolvimento nos currículos escolares de práticas de leitura para uma educação midiática. Combater as fakes News passa também por possibilitar em todos os níveis escolares uma prática leitora especialmente das mídias digitais.
Para que uma nova política de Comunicação avance, será preciso eleger Lula em outubro, e depois disso garantir a posse de um governo de reconstrução nacional que priorize também:
a) Gerar trabalho decente e reestabelecer a política de valorização do salário mínimo para o combate à miséria e a fome, retomar e a retomada de programas sociais organizados, que não sejam pautados pelo calendário eleitoral, mas pela necessidade de reduzir a desigualdade e eliminar a fome;
b) o fim da Política de Paridade Internacional dos preços de combustível, com a retomada do papel da Petrobras como empresa pública, que seja o dínamo para que o Brasil tenha soberania energética e possibilite, a médio prazo, um projeto de desenvolvimento com uso de energias mais limpas;
c) a reversão da privatização da Eletrobrás e de outras empresas em setores estratégicos como petróleo, gás, energia, saneamento, portos e aeroportos;
d) o afastamento imediato de generais e militares de cargos públicos para os quais não possuem preparo nem vocação; exigimos que os militares voltem aos quartéis e parem de interferir na vida política do país;
e) a imediata revogação de todos os decretos que estabelecem sigilo (em alguns casos de até 100 anos) para ações públicas praticadas pelo atual governo; o fim do Orçamento secreto no Congresso e a construção de ferramentas de Orçamento Participativo para os gastos públicos federais;
f) a reconstrução da FUNAI e a retomada da política de demarcação de terras indígenas - de acordo com os princípios da Constituição;
g) a retomada da política de proteção ambiental, especialmente na Amazônia brasilieira, destacando que a região estará sob soberania do Estado brasileiro, que deve ser capaz de barrar o avanço do desmatamento, da grilagem, do garimpo e da bandidagem miliciana que ameaçam a floresta;
h) a renovação de políticas de Direitos Humanos, sob ataque do atual governo, com destaque para políticas de defesa e valorização das mulheres, das populações LGBTQIA+ e dos afrodescendentes;
i) a reversão da política de liberação de armas, com fechamento de Clubes de Tiro e combate prioritário às milícias;
j) a recriação do Ministério da Cultura e a retomada das políticas públicas de valorização da Cultura brasileira;
k) o fim da influência religiosa no Ministério da Educação, ressaltando o caráter laico da escola (resguardados os óbvios direitos de liberdade de culto e de defesa de princípios religiosos, desde que adotados em escolas e espaços que não sejam custeados pelo Estado brasileiro); a valorização do ENEM, das políticas de quotas e do combate ao analfabetismo e à evasão escolar que voltaram a crescer por causa da pandemia e do descalabro administrativo no MEC;
l) a revogação da reforma trabalhista e o fortalecimento dos sindicatos;
m) a revisão da Reforma da Previdência, com a retomada de direitos que foram retirados dos aposentados e das trabalhadoras e trabalhadores prestes a se aposentar;
n) a retomada do papel do Brasil como líder de um mundo multipolar, com a valorização dos BRICs (ampliado, com novos membros) e dos mecanismos de integração da América Latina sem a ingerência dos Estados Unidos e de seus aliados imperialistas. A partir deste encontro de Maricá, nosso movimento passa a adotar o nome de "BlogProg - Movimento de Comunicador@s e Ativistas Progressistas", que dá conta do novo ambiente no mundo digital.
Indicamos a volta da periodicidade bianual de nossos encontros, com a realização de nossa próxima reunião no ano de 2024 e encontros regionais/estaduais no intervalo dos encontros nacionais. Até lá, nosso movimento será gerido pela Comissão Nacional de Comunicador@s e Ativistas Progressistas, com apoio material e político do Centro de Estudos Barão de Itararé.
Maricá, 24 de julho de 2022
RECOMENDAÇÕES
Estimular e proteger as rádios comunitárias tomada de assaltos pelas corporações evangélicas
Proibir os pacotes casado de dados praticados pelas operadoras que reduzem o acesso à internet ao facebook e whatsapp.
Criar brigadas digitais, seguindo o modelo da CUT que em rede dissemina a pauta da classe trabalhadora. Atuar como o coletivo da CUT para criação de conteúdo digital, criando uma central de produção de matérias de fácil assimilação pela população em geral, para sermos um vetor contra fake news , contra o fascismo e fazendo campanha pela esquerda. A ideia é colocarmos a mão na massa e assumirmos essa responsabilidade como verdadeiros guerrilheiros. Podemos escolher coordenadores que podem receber o material e impulsionar os blogueiros/comunicadores.
Criar grupo de trabalho permanente para organizar, incentivar e impulsionar o estudo e debate sobre o entendimento do funcionamento das redes sociais, as big techs, o monopólio da informação, a combinação de algoritmos para socializar entre grupos de Ativistas Digitais a fim de construir uma estratégia de redes entrelaçadas entre os diversos movimentos para intervenção concreta nas redes sociais para que possamos superar a intervenção da direita e da extrema direita nas redes.
Encaminhar ao presidente Lula o pedido de realização de entrevistas com a Mídia Alternativa contemplando outras regiões, como o Norte e o Nordeste, que foram excluídas nas entrevistas anteriores, a realizar-se presencialmente em um dos estados de cada região. Propomos que o Ceará seja a próxima capital a representar o Nordeste por ser mais central (sem prejuízo de outras propostas nesse sentido).
Lutar para eleger um Parlamento comprometido com a urgente revisão do Sistema Penal das leis de antiterrorismo e das horríveis situações das instituições de cárcere vigente no Brasil promovendo genocídio negro e indígenas. Assim como Lula foi preso político; somos responsáveis pela libertação de outros inúmeros presos políticos
Criar já um fórum permanente que reúna ativistas digitais para planejar e executar estratégias de atuação nas redes, visando as eleições.
Criar um grupo no whatsapp para interação dos ativistas
Repudiamos como operadores da mídia a perseguição política ao jornalista australiano Julian Assange por parte do governo estadunidense.
Reconstruir a Fundação Cultural Palmares e demais instâncias governamentais em apoio às ações da população negra.
Apoiar a prorrogação da Lei de Cotas, 12.711/12 cuja revisão está em tramitação no Congresso este ano.
O ator, escritor e diretor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira, aos 84 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde 25 de julho deste ano para tratar uma pneumonia. Ex-esposa do artista, Flavia Pedra Soares disse que ele estava "cercado de amor e cuidados" e informou que o funeral será restrito para família e amigos próximos.
"Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor", escreveu Flavia.
E continuou: "Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo. Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika".
Nascido José Eugênio Soares, Jô nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Ele trabalhou nas emissoras Continental, TV Rio, Tupi, Excelsior, Record, SBT e na Globo.
Depois dos programas voltados ao humor, o artista iniciou sua carreira como apresentador no SBT, com o programa “Jô Soares Onze e Meia”, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Logo em seguida, em 2000, foi ao ar, na TV Globo, o talk-show mais famoso do país: o “Programa do Jô”, que ficou no ar por 16 anos.