quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Defender a Petrobras e o pré-sal, uma luta urgente e necessária


O plenário do Senado aprovou na noite de terça-feira (23) a manutenção do regime de urgência do PLS 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP). O PLS prevê, dentre outras coisas, a retirada da garantia da Petrobras atuar como operadora única da exploração do petróleo nos contratos futuros do pré-sal. Não há dúvida que a aprovação deste projeto não traz nenhum benefício para a Petrobras e para o Brasil.


Por André Tokarski*

“A Petrobras, desde a sua criação, foi mais que uma empresa pública. Surgiu como um emblema da nacionalidade, a sigla mística que podia abranger e reunir o maior número possível de brasileiros fiéis à sua pátria. Petrobras era um símbolo que, por si só, despertava emoções, como se a sua missão fosse a de acender estrelas, para iluminar o céu do futuro do Brasil”. (Barbosa Lima Sobrinho)

A pretexto de defender os interesses da empresa, os que buscam retirar a Petrobras da exploração do petróleo no pré-sal querem é enfraquecê-la. As imensas jazidas de petróleo localizadas na região do pré-sal são a garantia de que a Petrobras terá reservas de comprovada produtividade para explorar pelo próximos 20 anos. Uma empresa produtora de petróleo vive de produzir petróleo e de buscar repor suas reservas. Por que então retirar essa garantia da Petrobras?

Não há nenhuma vantagem tática, muito menos estratégica, na aprovação deste projeto. O PLS 131/2015 é parte de um pacote de medidas que visam implementar a chamada “Agenda Brasil”. Nesse pacote incluem-se a autonomia do Banco Central, o PLS 555/2015, que prevê a venda de parte de todas as estatais ao mercado de capitais, o PL 4330/2004, da terceirização e precarização do trabalho, entre outros. Aprovar o PLS 131/2015 é dar força para setores da oposição de direita avançarem em sua agenda neoliberal, além de fragilizar e dividir a base de apoio ao governo Dilma no Senado. Dilma se comprometeu publicamente em preservar as regras do regime de partilha, foi um dos principais compromissos de sua campanha de reeleição.

É inoportuna também a proposta de flexibilizar a participação da Petrobras no pré-sal, deixando a cargo do Conselho Nacional de Política Energética definir quais blocos a estatal seria operadora ou não. Por mais bem intencionada que seja tal medida, ao deixar a decisão ao governo de ocasião, abre um perigoso flanco no caso de uma vitória da direita nas eleições presidenciais de 2018. Os interesses da Petrobras e do país estariam igualmente prejudicados.

Poderia se argumentar que tal medida visa acelerar a exploração de petróleo no pré-sal, ao desobrigar a Petrobras de atuar enquanto operadora única. Ocorre que em nenhum lugar do mundo está se planejando aumentar a produção de petróleo neste momento. Pelo contrário, Rússia e Arábia Saudita, dois grandes produtores mundiais, debatem o congelamento da produção e até a redução da oferta, como meio de recuperar o preço do petróleo no mercado internacional.

A aprovação do PLS 131/2015, portanto, não se relaciona com a necessária agenda da recuperação da economia brasileira. Num momento de baixa de preços no mercado internacional os planos de expansão da produção estão praticamente paralisados. O principal objetivo das grandes petroleiras no curto prazo é assegurar novas reservas, para voltar a aumentar a produção quando os preços do petróleo retomarem uma trajetória ascendente. Portanto é falso o argumento de que retirar a Petrobras da operação do pré-sal pode reaquecer a indústria de petróleo e gás no Brasil e ajudar na retomada do crescimento.

Outro dado flagrante do excesso de oferta de petróleo no mundo, e que atinge o Brasil, foi a baixa procura pelos blocos exploratórios ofertados na 13ª Rodada de licitações da ANP, realizada em outubro de 2015. Apenas 14% das ofertas foram arrematados.

A pauta prioritária e emergencial para retomar a indústria de petróleo e gás e a indústria naval, e preservar os milhares de empregos que estas geram, é aprovar a MP da Leniência e impedir a falência das grandes construtoras envolvidas nos escândalos da Petrobras, sem prejuízo da punição individual aos agentes que praticaram atos ilícitos.

A Petrobras foi envolvida no epicentro da grave crise política que o país atravessa. É vítima dos desvios cometidos há quase duas décadas por alguns de seus ex-dirigentes e por empresários. Deve ser ressarcida e não punida. A jogada no Senado aproveita a fragilidade passageira da empresa para justificar um atentado aos seus interesses e aos de seus verdadeiros acionistas, o povo brasileiro.

Como defende o Programa Socialista do PCdoB, “o Brasil vive uma encruzilhada histórica: ou toma o caminho do avanço civilizacional, ou se submete ao jugo das grandes potências e à decadência socioeconômica.” A defesa da Petrobras e do pré-sal é uma batalha incontornável para o caminho de um Brasil soberano e desenvolvido.

*André Tokarski é secretário de Juventude e de Movimentos Sociais do PCdoB

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Frentes se unem para levar 100 mil em marcha a Brasília

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo prometem realizar uma grande mobilização nacional com 100 mil trabalhadores e estudantes em uma Marcha a Brasília no próximo 31 de março. 

Em nota, as frentes – que reúnem centenas de entidades do movimento social – anunciaram que o Dia Nacional de Lutas contará ainda com ações nas principais cidades brasileiras.

Segundo os organizadores, a mobilização unitária conta com cinco eixos de luta: Contra a Reforma da Previdência; Não ao Ajuste Fiscal e cortes nos gastos sociais; Em defesa do Emprego e dos Direitos dos Trabalhadores; Fora Cunha; Contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

O conjunto das pautas desta jornada será apresentado nos próximos dias em uma Carta Convocatória. 

Na próxima segunda-feira (22), haverá mais uma plenária nacional da Frente Brasil Popular no colégio Pio XI, na Lapa, em São Paulo-SP.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A direita tem o culpado. Agora procura o crime...

Em artigo publicado neste domingo (14), o escritor Eric Nepomuceno aponta uma inversão da lógica policial nas investigações em curso no Brasil; antes, do crime partia-se para a busca do culpado; hoje, acontece o inverso. 


Por Eric Nepomuceno*


A verdade é que existe, tanto no PT como no grupo mais próximo a Lula da Silva, um claro incômodo diante do silêncio da presidenta Dilma Rousseff e seu governo com relação ao verdadeiro massacre sofrido pelo ex presidente. Uma muito bem organizada ação articulada por amplos e poderosos setores da Polícia Federal, do Ministério Público e, claro, dos grandes meios hegemônicos de comunicação encontraram num juiz de província chamado Sérgio Moro o eixo para uma campanha como não se via no Brasil há pelo menos 65 anos, cujo objetivo é a rápida e fulminante desconstrução da imagem do mais importante líder popular surgido desde Getúlio Vargas, o mítico presidente que, acossado por campanha similar, optou por se matar em agosto de 1954.

São ingredientes claros de toda clareza. De um lado, os partidos de oposição, encabeçados pelo PSDB (Partido da Socialdemocracia Brasileira), nocauteado pelo PT de Lula em quatro ocasiões sucessivas em suas tentativas de voltar à presidência.

Dando mostras de que sua irresponsabilidade desconhece limites, o PSDB não apenas tanta o golpe institucional por duas vias – a do julgamento político no Congresso, e a da impugnação das eleições de 2014, que reconduziram Dilma Rousseff à presidência, no Tribunal Superior Eleitoral – como se dedica, dia sim e o outro também, a derrotas medidas propostas pelo governo que foram precisamente criadas e defendidas durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), principal expressão do partido. Assim, qualquer coisa que possa ser prejudicial ao governo, não importando as consequências sobre o país, merece o rápido apoio do PSDB.

De outra parte, o verdadeiro combustível da fogueira destinada a tentar carbonizar Lula da Silva sem de um esquema tão visível como absurdo, sem que ninguém tente desfazê-lo.

A coisa funciona assim: algum funcionário da Polícia Federal adverte os meios hegemônicos de comunicação que foi detectada uma suspeita sobre Lula da Silva (as provas e indícios são, claro, desnecessárias). A informação é imediatamente publicada pela imprensa e disseminada pela televisão, especialmente a Globo, que cresceu e se fortaleceu durante a ditadura militar (1964-1985), e não oculta a nostalgia daqueles bons tempos.

Baseado nessa notícia, algum procurador de escalão intermediário pede à Polícia Federal uma investigação. O juiz Sérgio Moro autoriza, e pronto.

Muitos dos delegados da Polícia Federal que investigam o esquema de corrupção implantado na Petrobras e outras estatais fizeram campanha, nas redes sociais, para o derrotado Aécio Neves, do PSDB, contra Dilma, em 2014.

Muitos dos procuradores que orbitam ao redor do juiz Moro integram seitas evangélicas que se opõem a tudo que se refira ao governo, e alegremente participam de cerimonias condenando Lula, Dilma, o PT e tudo que tenha cheiro de esquerda ao fogo eterno.

Moro, ídolo máximo da direita, atua como Justiceiro Supremo. Não parece preocupado com os escandalosos abusos ditados pela sua pluma afiada e sua voz fininha. O que importa é manter empresários e políticos presos inexplicavelmente até que aceitem o recurso da delação premiada e confessem qualquer coisa com tal de voltar para casa.

Há, efetivamente, uma inexplicável inação da parte do ministro de Justiça de Dilma, a quem a Polícia Federal está subordinada administrativamente. Não se trata, claro está, de impedir que se investigue a fundo e sem limites todo e qualquer ato de corrupção. Mas, por que não impedir o vazamento seletivo, à imprensa, de acusações sem prova alguma? Por que permitir que não se investigue denúncias contra partidos de oposição, que se multiplicam sem parar? Nenhuma medida é adotada para que os minuciosos regulamentos de conduta sejam respeitados e obedecidos.

Seja como for, alguma coisa já se conseguiu: Lula é o culpado. De quê? De ser dono de um apartamento de classe média num balneário decadente que ele mesmo admitiu ter tido como opção de compra, da qual desistiu. De ser dono de um sítio que está em nome do filho de um de seus melhores e mais antigos amigos.

Ambos os imóveis foram reformados por construtoras envolvidas em escândalos de corrupção. E que, por sua vez, são as mesmíssimas que financiaram a compra do imóvel e do luxuosíssimo mobiliário do instituto de outro ex presidente, Fernando Henrique Cardoso, do tão moralista PSDB.

Cardoso é um intelectual de alto coturno, um exemplo nítido das elites acadêmicas não apenas de seu país, mas do continente. Uma doação ao seu instituto é um ato de generosidade do empresariado.

Lula da Silva é um operário de escassíssima cultura acadêmica, mas de indescritível sensibilidade social e intuição política. Uma doação ao seu instituto é, claramente, um ato de corrupção.

A grande imprensa e a direita ressentida já têm o culpado: Lula da Silva. Agora tratam de descobrir qual o crime cometido.

O mais importante, o essencial, é impedir que ele torne a ser eleito em 2018.


*Eric Nepomuceno é jornalista, escritor e tradutor.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Presos executores do prefeito Moisés Gumieri/PCdoB

Três jovens suspeitos de executar o prefeito de Chiador Moisés da Silva Gumieri, de 36 anos, nessa segunda-feira (9), foram presos nesta quarta (10). Após serem encontrados escondidos dentro de uma fazenda do município, os suspeitos afirmaram que foram contratados para assassinar o chefe do executivo e receberam R$ 4 mil pelo crime. A motivação da execução ainda é um mistério.

Agora, a polícia trabalha para localizar o mandante do crime, que já foi identificado, mas não teve o nome revelado para não atrapalhar as investigações. A prisão dos suspeitos foi possível após uma força-tarefa, que envolveu as Polícias Militar e Civil de Minas, e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Dois jovens de 18 e 19 anos foram presos e apresentados em Juiz de Fora, já o terceiro criminoso, de 24 anos, foi preso em Três Rios.  De acordo com a Polícia Civil, ele é o proprietário da motocicleta utilizada pelos executores de 18 e 19 anos na fuga do crime. A dupla, de acordo com a Polícia Civil foi encontrada em uma fazenda em Chiador.
“As investigações se iniciaram quando fiz o pedido de dados do chassi da moto usada no crime. Mesmo apesar de estar raspado, após conferência no sistema, conseguimos identificar o nome do proprietário do veículo e o endereço dele. Então, ele foi preso e informou que havia emprestado a moto para os dois autores”, disse o delegado Saed Divan, chefe da Delegacia Geral de Juiz de Fora, por meio da assessoria de imprensa.
A arma utilizada no crime e a motocicleta foram apreendidas. A dupla está sendo ouvida, nesta noite, na 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora e será autuada em flagrante por homicídio qualificado. Já o dono da motocicleta também está sendo ouvido, ele disse que não sabia que a moto seria usada para o crime. 
Depoimento

"Após serem encontrados, os suspeitos informaram ter sido contratados para executar Gumieri. O mandante trouxe os dois para a cidade, mostrou a casa do prefeito e o mercado, onde ele também trabalhava", explicou o sargento Luiz Claudio Ramos, lotado na  33ª Companhia do 27º Batalhão da Polícia Militar (PM).

Aos militares, os suspeitos não quiseram informar o valor recebido pela execução. No entanto, informaram a identificação do mandante. A polícia procura por ele, que já é considerado foragido.

"Eles disseram que foram até a casa da vítima e bateram no portão procurando por ela. A cunhada do prefeito explicou que ele não estava em casa e que tinha ido até um campo de futebol, que fica do outro lado da rua", explicou o sargento.
A dupla foi até lá e, enquanto um dos suspeitos permaneceu na motocicleta, o outro procurou pelo prefeito. "Gumieri foi chamado. Como ele é político, deixou o campo e foi atender quem estava procurando por ele. Depois de atirar várias vezes, os suspeitos fugiram", disse o policial, relembrando a fala da dupla durante a prisão.
O prefeito foi socorrido e levado até um hospital de Três Rios - sua cidade natal -, no Estado do Rio de Janeiro, que fica a 12 km de Chiador. Ele morreu durante o trajeto.
Fuga
Depois do crime, os dois suspeito fugiram na motocicleta, mas se envolveram em um acidente. Para tentar despistar a polícia, a dupla se escondeu em uma fazenda. "Como já era noite, eles se esconderam no pátio da fazenda Baronesa. A intenção era tentar fugir pela manhã, mas devem ter ficado perdidos", afirmou o sargento Ramos.
A dupla, que ainda não teve a identidade e a idade revelada, é moradora da cidade de Três Rios,  município localizado na região Centro-Sul do Estado do Rio de Janeiro. "Eles já são bem conhecidos na cidade por envolvimento com o tráfico de drogas", explicou o militar.
Os suspeitos foram levados para a Delegacia de Juiz de Fora, também na Zona da Mata, onde serão ouvidos. 
Executivo
Com a morte de Moisés da Silva Gumieri (PCdoB), o vice-prefeito, Maurício Barbosa Monteiro, de 34 anos, filiado ao Partido Republicano (PR), assumirá o cargo de chefe do executivo da cidade, que tem 2.785 habitantes.
Os moradores do município estão em choque com a notícia da morte do prefeito. "A cidade está em luto. Ninguém esperava essa covardia. A mãe dele, então, está perturbada com esse crime", contou o aposentado Antônio Sales, que é vizinho da família de Gumieri.
O político era o filho mais velho dos cinco irmão, sendo três homens e duas mulheres. "Ele vinha almoçar todos os dias com a mãe dele. Ele nunca teve nenhum desentendimento com ninguém. Era uma pessoa muito boa. Filho enterrar pai ainda vai, mas pai enterrar filho é uma tristeza danada", desabafou o aposentado.
Gumieri, que iria fazer 37 anos no dia 13 de março, deixa a mulher e o filho de 9 anos, que presenciou o crime. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Fascista mirim do MBL quer ser vereador


Por Altamiro Borges

Os grupelhos golpistas que organizaram quatro marchas pelo impeachment de Dilma no ano passado iludiram muita gente com o discurso da negação dos partidos e da política. Os inocentes inúteis - os tais midiotas - acreditaram nesta demagogia barata. Com a proximidade das eleições municipais, porém, a fantasia dos apartidários vai sendo rasgada. O Movimento Brasil Livre (MBL), organização liderada pelo fascista mirim Kim Kataguiri - também batizado de Kimta Katiguria - já anunciou que pretende lançar mais de duzentos candidatos à vereança. Os partidos escolhidos para registrar as candidaturas são os mais "éticos" possíveis - o PSDB da "privataria tucana" e da fraude da merenda escolar e o DEM do ex-senador Demóstenes Torres e do ex-governador José Roberto Arruda. Haja honestidade!

Na capital paulista, o MBL já aprovou, "democraticamente", a pré-candidatura de Fernando Holiday, um dos mais estridentes oradores das marchas golpistas. Segundo reportagem da Folha tucana, que dá guarita a estas seitas fascistas, "os movimentos sociais [sic] que se notabilizaram pela militância anti-Dilma terão um de seus líderes como candidato em outubro. Fernando Silva, conhecido como Fernando Holiday, um dos coordenadores do MBL, tentará se eleger vereador de São Paulo na disputa deste ano. O ativista completará 20 anos de idade em setembro, um mês antes do pleito, e está negociando sua entrada em diversos partidos de oposição. As conversas estão mais adiantadas com o DEM, mas também há possibilidade de filiação a outras siglas, como PSDB ou PSC".

"O DEM é o partido que mais tem se aberto para essa nova política e o que mais se abriu para que eu possa defender livremente as ideias liberais do MBL", justifica o fedelho no maior cinismo. Ele até fez críticas à sigla, que não realiza "uma oposição muito contundente" ao prefeito Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Mas sinalizou que será um "novo" demo! "A única forma de chegar às Câmaras e às Assembleias é utilizando esses partidos, infelizmente", argumentou. Ainda segundo a reportagem, "o MBL pretende levar às urnas mais de 200 candidatos em 15 Estados do Brasil. Eles estarão pulverizados em diversas siglas de oposição ao PT e, caso eleitos, formarão uma bancada liberal suprapartidária. Nas campanhas, o selo do movimento será enfatizado no lugar do logo partidário".

Até hoje o MBL não teve qualquer transparência para explicar a origem dos recursos financeiros que viabilizaram os seus atos golpistas, com caminhões de som, viagens e outros gastos. Há quem afirme que o grupo ultraliberal recebe dinheiro do exterior. Mesmo assim, a Folha tenta apresentar a seita como sendo formada por santos. "A campanha aceitará doações de pessoas físicas e divulgará as contas na internet. A intenção é fazer uma campanha barata e prioritariamente on-line", descreve a "inocente" reportagem. "Não pretendo ficar comprando santinhos e cartazes, sujando a cidade, poluindo o ambiente, isso é coisa do passado", garante o jovem "santinho" e "apartidário" do MBL.

Reproduzido do Blog do Miro

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Flávio Dino, um ano da aventura histórica no Maranhão

Governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB)

Flávio Dino, governador do Maranhão há pouco mais de um ano, convida os internautas do Portal Vermelho a conhecerem as realizações do seu governo ao longo deste primeiro período. Para ele, a experiência que o povo maranhense está vivendo é uma virada de página de superação de um ciclo político de muito atraso no estado. Trata-se de “uma aventura histórica de nosso povo em busca de um momento diferente”.







ARTIGO 19 e Barão de Itararé lançam nova edição de Guia para Blogueiros Processados.

A internet possibilita a ampla disseminação de informações e compartilhamento de ideias. É um instrumento essencial para que os indivíduos possam exercer o seu direito à liberdade de expressão. Contudo, o uso de processos judiciais a fim de silenciar vozes dissidentes e as consequentes decisões judiciais restritivas ao direito à liberdade de expressão têm afetado o livre fluxo de informações na internet.
Os recorrentes processos judiciais contra blogueiros e ativistas digitais são geralmente motivados pela publicação de conteúdos próprios ou de terceiros – como os comentários de leitores, por exemplo – publicados online nos blogs.
Estes processos impactam de diversas maneiras na vida desses blogueiros e internautas. É necessário ressaltar que em sua maioria não possuem vínculo institucional ou apoio de uma empresa de mídia, e por isso enfrentam inúmeras dificuldades para conseguir orientações sobre como agir após receber uma notificação judicial ou extrajudicial. Como responder ao documento? A que órgão recorrer ou que argumentos usar a seu favor? Sem respostas a essas e outras perguntas e em meio a um contexto de articulação social ainda incipiente, os blogueiros se veem isolados e intimidados. Muitas vezes esses processos resultam em censura ou geram o pernicioso efeito do medo, do receio, do cuidado excessivo, do silêncio preventivo, instalando assim a autocensura.
Com o objetivo de auxiliar os blogueiros caso eles venham a ser processados, a ARTIGO 19 e o Centro de Estudos Barão de Itararé elaboraram um guia prático de orientação a blogueiros e internautas que foi lançado em agosto de 2013.  Em 2016, visando atualizar e aprimorar esta ferramenta de defesa da blogosfera e da liberdade de expressão no Brasil, foi desenvolvida uma nova versão deste guia, contendo casos atualizados e esclarecimentos de dúvidas que surgiram em diversas oficinas realizadas desde o lançamento da primeira versão.
O guia, “Fui processado, o que faço?”, introduz o cenário acerca da utilização  de processos judiciais como também representa esquematicamente as etapas de um processo judicial, prevê explicações sobre as motivações mais comuns de processos contra blogueiros e ativistas digitais, traz diversos argumentos para serem utilizados na defesa perante a Justiça e  fornece recomendações antes de se publicar conteúdos online.
A ARTIGO 19 e o Barão de Itararé acreditam que a internet deve ser livre e que aqueles que procuram transformar seus blogs e páginas em redes sociais em uma plataforma de interesse público, através da veiculação de informações que venham a ser úteis para toda a sociedade, devem ter ferramentas de defesa para que não sejam intimidados pelo Poder Judiciário. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Mino Carta: Isto não é jornalismo

Não é difícil entender que a casa-grande
 está apavorada com a possibilidade
 do retorno de Lula à Presidência
O comportamento da mídia nativa é o sintoma mais preciso da decadência do Brasil
Incomodavam-me, em outros tempos, os sorrisos do sambista e do futebolista. Edulcorados pela condescendência de quem se crê habilitado à arrogância. Superior, com um toque de irônica tolerância. Ou, por outra: um sorriso vaidoso e gabola.
Agora me pergunto se ainda existem sambistas e futebolistas capazes daquele sorriso. Foi, aos meus olhos, por muito tempo, o sinal de desforra em relação ao resto do mundo, a afirmação de uma vantagem tida como indiscutível. Incomodou-me, explico, considerar que a vantagem do Brasil, enorme, está nos favores recebidos da natureza e atirados ao lixo pela chamada elite, que desmandou impunemente.
Quanto ao sambista e ao futebolista, não estavam ali por acaso. Achavam-se os tais, e os senhores batiam palmas. Enxergavam neles os melhores intérpretes do País e no Carnaval uma festa para deslumbrar o mundo.
O Brasil tinha outros méritos. Escritores, artistas, pensadores, respeitabilíssimos. Até políticos. Ocorre-me recordar a programação do quarto centenário de São Paulo, em 1954, representativa de uma metrópole de pouco mais de 2 milhões de habitantes e equipada para realizar um evento que durou o ano inteiro sem perder o brilho.
Lembro momentos extraordinários, a partir da presença de telas de Caravaggio em uma exposição do barroco italiano apresentada no Ibirapuera recém-inaugurado, até um festival de cinema com a participação de delegações dos principais países produtores.
A passar pela visita de William Faulkner disposto a trocar ideias com a inteligência nativa. Não prejudicaram a importância da presença do grande escritor noitadas em companhia de Errol Flynn encerradas ao menos uma vez pelo desabamento do primeiro Robin Hood de Hollywood na calçada do Hotel Esplanada.
A imprensa servia à casa-grande, mas nela militavam profissionais de muita qualidade, nem sempre para relatar a verdade factual, habilitados, contudo, a lidar desenvoltos com o vernáculo. Outra São Paulo, outro Brasil.
Este dos dias de hoje está nos antípodas, é o oposto daquele. A despeito da irritação que então me causava o sorriso do futebolista e do sambista, agora lamento a sua falta, tratava-se de titulares de talentos que se perderam.
Vivemos tempos de incompetência desbordante, de irresponsabilidade, de irracionalidade. De decadência moral, de descalabro crescente. Falei em 1954: foi também o ano do suicídio de Getúlio Vargas, alvejado pelo ataque reacionário urdido contra quem dava os primeiros passos de uma industrialização capaz de gerar proletariado, ou seja, cidadãos conscientes de sua força, finalmente egressos da senzala.
Recortes
Segundo a Folha, Lula carrega o triplex nas costas, igual a mochila
Não cabe, porém, compararCarlos Lacerda com os golpistas atuais, alojados na mídia, grilos falantes dos barões, a serviço do ódio de classe. Lacerda foi mestre na categoria vilão, excelente de fala e de escrita.
Os atuais tribunos de uma pretensa, grotesca aristocracia, são pobres-diabos a naufragar na mediocridade. Muitos deles, como Lacerda, começaram na vida adulta a se dizerem de esquerda, tal a única semelhança. Do meu lado, sempre temi quem parte da esquerda para acabar à direita.
Os sintomas do desvario reinante multiplicam-se, dia a dia. Alguns me chamam atenção. Leio, debaixo de títulos retumbantes de primeira página, que o ex-ministro Gilberto Carvalho admitiu ter recebido certo lobista.
Veicula-se a notícia como revelação estarrecedora, e só nas pregas do texto informa-se que Carvalho convidou o visitante a procurar outra freguesia. De todo modo, vale perguntar: quantos lobistas passam por gabinetes ministeriais ao praticar simplesmente seu mister? Mesmo porque, como diria aquela personagem de Chico Anysio, advogado advoga, médico medica, lobista faz lobby.
Outro indício, ainda mais grave, está na desesperada, obsessiva busca de envolver Lula em alguma mazela, qualquer uma serve. Tanto esforço é fenômeno único na história contemporânea de países civilizados e democráticos. Não é difícil entender que a casa-grande está apavorada com a possibilidade do retorno de Lula à Presidência em 2018, mesmo o mundo mineral percebe.
Mas até onde vai a prepotência insana, ao desenrolar o enredo de um apartamento triplex à beira-mar que Lula não comprou? A quem interessa a história de um imóvel anônimo? Que tal falarmos dos iates, dos jatinhos, das fazendas, dos Rolls-Royce que o ex-presidente não possui?
Este não é jornalismo. Falta o respeito à verdade factual e tudo é servido sob forma de acusação em falas e textos elaborados com transparente má-fé. Na forma e no conteúdo, a mídia nativa age como partido político.