Foto: Reprodução/Sintrapavsp |
Hoje em dia, a discriminação racial é tão comum que chega a ser invisível para quem não é vítima. Abolimos a escravidão física, os chicotes, troncos, grilhões e demais instrumentos de tortura, mas ainda mantemos viva na mente a escravidão do preconceito, repetida por séculos. As condutas racistas podem ser definidas como um sentimento de superioridade biológica, cultural, moral de determinada raça, povo ou grupo social considerado como raça. São manifestações da crença na existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras.
Essa convicção foi utilizada no passado para justificar a escravidão, o domínio de alguns povos sobre outros, os genocídios e um dos maiores crimes contra a humanidade: o nazismo. Mas, mesmo em pleno século XXI, com tantas leis criminalizando condutas racistas, engana-se quem pensa que não ocorrem atos discriminatórios e preconceituosos, ainda que velados. E as principais vítimas são mesmo pessoas da raça negra.
Diante das novas legislações e políticas afirmativas, as empresas hoje têm buscado aplicar métodos e estratégias para o combate à discriminação e ao racismo, proibindo condutas discriminatórias, assédio e todas as formas de opressão exercidas sobre empregados com base em diferenças raciais. Mas, ainda existem aqueles empregadores indiferentes a essa nova mentalidade, que demonstram preconceito em relação ao trabalhador negro. Isso pode ser verificado pela grande incidência de processos na Justiça do Trabalho mineira, que denunciam a prática de racismo e de injúria racial no ambiente de trabalho.
Etarismo
Preconceito relacionado à idade, o etarismo prejudica a saúde, afeta a dignidade, nega às pessoas direitos humanos e impacta a habilidade de cada indivíduo alcançar seu pleno potencial.
Quando o preconceito é racial, as consequências também são inúmeras. A população negra enfrenta o racismo estrutural, institucional e a ausência de políticas públicas para combatê-lo.
Há interseccionalidades entre ambos os preconceitos. É preciso analisar como esses marcadores sociais impactam diretamente na saúde e vão sendo cada vez mais decisivos com o envelhecimento.
Estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP aponta que 47,2% dos idosos negros avaliam sua saúde de maneira negativa, bem como 45,5% dos idosos pardos. Já entre idosos brancos, o índice é de 33%.
Em relação ao acesso aos serviços de saúde, segundo o mesmo estudo, na cidade de São Paulo, os equipamentos de saúde são acessado por: 63,3% brancos, 21,4% pardos e 7,3% pretos/negros.
Os números refletem uma desigualdade latente e desafiam autoridades e a sociedade, como um todo, a criar, implementar e ampliar medidas e políticas que ajudem a mudar essa realidade.
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